segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Animal - Miike Snow



"There was a time when my world was filled with darkness, darkness, darkness
And I stopped dreaming now
I'm supposed to fill it up with something, something , something
In your eyes I see the eyes of somebody i knew before long long long ago
But I'm still trying to make my mind up
Am I free or am I tied up?

I change shapes just to hide in this place but I'm still, I'm still an animal
Nobody knows it but me when i slip yeah i slip
I'm still an animal

There is a hole and i tried to fill up with money, money , money
But it gets bigger to your hopes is always
Running,running,running

In your eyes I see the eyes of somebody of who could be strong
Tell me if I'm wrong
And now I'm pulling your disguise up
Or you free or are you tied up?"

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mariana Caronte Mariana

" Carradas e carradas e carradas e o tempo fugiu. O tempo não me diz nunca que ele é meu, só meu. Nem eu reclamo posse; reclamo reclamo reclamo de mim, para mim. E o que eu, pequena eu, posso fazer? Talvez um tempinho, uma brecha, uma fresta. O resto é assim. A frustração de que as coisas poderiam ser diferentes, de que poderiam ser melhores talvez nunca me deixe. Audaz, eu queria ser audaz o bastante para admitir que não existo, pois é dentro do que não existe que sou muito maior. Só sou honesta com as palavras quando as palavras são minhas. Mas faz tanto tempo que elas fugiram de mim, faz tanto tempo que elas temem a minha dureza, minha voracidade com o inócuo... como se minhas mais e tão preciosas letrinhas fossem menores, não tivessem importância. Me vejo então com o que construo e eu sei que não há nada aqui fora a não ser o meu pensamento. Nada. E me abandonei tão facilmente, como se me deixar de lado fosse mesmo possível. Então, idiotamente tenho dito e digo tantas e tantas vezes que eu sei da verdade...

Eu preciso ser tantas coisas que não me sobra tempo para ser eu mesma. Agora, agora mesmo, o ruído da vida que me construí me atrapalha e eu não consigo... Mais frustrante do que não encontrar é não alcançar. É apenas e tão somente apenas pensar que eu não me cobrarei todos as pulsações de meus olhos e mãos um dia. E eu temo este dia, temo como sentirei vergonha e minha vida desperdiçada.

Eu me achei, eu me acho dentro de mim mesma. Mas eu não tenho lugar para mim fora de mim. Não tenho lugar para ser em lugar objetivo. De que vale a vida a se suportar? Esse vazio, esse vazio se sustenta no meu próprio sustentar.
Agora esqueço tudo, digo tudo de uma vez, digo mais uma vez e pulo da hora e perco obrigações. Por cinco minutos, cinco gloriosos e ínfimos minutos. Eu não posso jogar nada para o alto, pois aqui em baixo nada construí. Talvez um dia me obrigue a ser certa, me obrigue a ser a seta que há, tão certa, dentro de mim. Me obrigue como quem se obriga a respirar.
Me pergunto até quando este corpo agüenta, este corpo agüenta ser apenas corpo, ser apenas imagem, apenas, apenas e sempre a penas."