Não sei quantas vezes reescrevi a minha história
No entanto, minha história é a mesma
Ainda é minha, comigo, aqui.
Eu, que nunca soube chegar nem partir
Eu, que fui tantas dentro de mim mesma
Olho-me dentro do mundo
Como se estivesse de fora
Eu, que nem sei que nome me dar:
O mais diferente, o mais comum, o mais secreto?
É tempo, eu sei.
De ir de vir
Não me preocupo mais:
estou comigo.
E disso não posso esquecer:
que a vida dá muitas voltas
em volta do mesmo lugar
Não me deixo pelo caminho
Não me deixo.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
fotografia
Sua camisa, abarrotada de azul
O sol marchando luz macia
Vento serpenteando a areia
Estrelas piscando na face do mar
Desse momento
Guardo uma fotografia
Para os dias de dúvida e inanição
Para os dias em que Deus não estiver tão próximo a mim
O sol marchando luz macia
Vento serpenteando a areia
Estrelas piscando na face do mar
Desse momento
Guardo uma fotografia
Para os dias de dúvida e inanição
Para os dias em que Deus não estiver tão próximo a mim
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
terrorista
eu mesma: minha própria terrorista.
Me rebobino em novelos e arapucas
Nuvens que se formam a partir dos meus olhos de furacão
Não me perdoo
Não me perdoo
Não me perdoo
E,assim, me faço um novo ataque
Não há aprendizados nisso.
Me rebobino em novelos e arapucas
Nuvens que se formam a partir dos meus olhos de furacão
Não me perdoo
Não me perdoo
Não me perdoo
E,assim, me faço um novo ataque
Não há aprendizados nisso.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tornar-se Pessoa
"Aquilo que vou ser no próximo momento e aquilo que vou fazer nasce desse momento e não pode ser previsto por mim ou pelos outros. O eu e a personalidade emergem da experiência; ela não é traduzida ou deformada a uma estrutura pré-concebida do eu. (...) Trata-se de uma descoberta da estrutura na experiência" Carl Rogers
Viver e ser quem realmente somos. Fazer o que realmente queremos.
O aprendizado e o crescimento estão em seguir os movimentos da vida. E movimentar-se com ela, e dançar com ela.
Viver e ser quem realmente somos. Fazer o que realmente queremos.
O aprendizado e o crescimento estão em seguir os movimentos da vida. E movimentar-se com ela, e dançar com ela.
sábado, 16 de janeiro de 2010
Sonhos multinacionais
Dosemira lhe disse:
- Trabalho em uma empresa MULTINACIONAL, tenho carro, apartamento e uma vida inteira pela frente. Você já pensou nisso? Realmente, sou um ótimo partido.
Ao que Duílio lhe respondeu:
- É, se alguém fosse casar com seu crachá, ou com seu futuro glorioso, ou com um formulário de apresentação. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além. Qualquer um que te quisesse pelas razões que acabou de me dar estaria sendo preenchido por qualquer coisa, menos por você, Dosemira.
Caminhando na praça, Duílio lhe perguntou:
- Está fazendo planos na sua carreira? Quer ser a diretora dessa MULTINACIONAL?
- Se você quiser que eu seja, Duílio, eu serei.
- Dosemira. Nunca algo significou tão pouco para mim quanto isso. Nunca quis luxo nem quis ter alguém que me desse luxo. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além.
Certo dia encontraram uma namoradinha de infância de Duílio. Muito rica, a menina já tinha 280 carros importados. Insegura, Dosemira pergunta a Duílio.
- Não vai me trocar por ela? Eu ainda só tenho um carro... Será que pode esperar?
- Já chega! Isso para mim já uma ofensa a mim mesmo e a você, que se negligencia por tão pouco! Eu vou casar com você, entendeu? Não vou casar com seu carro, sua empresa ou seu posto de trabalho!
- Como se isso não existisse nesse mundo... - Ela retrucou-
- É, nesse mundo é muito pouco pedir para ser amado. É difícil para você, Dosemira, aceitar que pode ser amada sem nenhuma outra face? Apenas por estar comigo e por alentar meu caminho com seus cuidados?
Mas ora que merda!
- Trabalho em uma empresa MULTINACIONAL, tenho carro, apartamento e uma vida inteira pela frente. Você já pensou nisso? Realmente, sou um ótimo partido.
Ao que Duílio lhe respondeu:
- É, se alguém fosse casar com seu crachá, ou com seu futuro glorioso, ou com um formulário de apresentação. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além. Qualquer um que te quisesse pelas razões que acabou de me dar estaria sendo preenchido por qualquer coisa, menos por você, Dosemira.
Caminhando na praça, Duílio lhe perguntou:
- Está fazendo planos na sua carreira? Quer ser a diretora dessa MULTINACIONAL?
- Se você quiser que eu seja, Duílio, eu serei.
- Dosemira. Nunca algo significou tão pouco para mim quanto isso. Nunca quis luxo nem quis ter alguém que me desse luxo. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além.
Certo dia encontraram uma namoradinha de infância de Duílio. Muito rica, a menina já tinha 280 carros importados. Insegura, Dosemira pergunta a Duílio.
- Não vai me trocar por ela? Eu ainda só tenho um carro... Será que pode esperar?
- Já chega! Isso para mim já uma ofensa a mim mesmo e a você, que se negligencia por tão pouco! Eu vou casar com você, entendeu? Não vou casar com seu carro, sua empresa ou seu posto de trabalho!
- Como se isso não existisse nesse mundo... - Ela retrucou-
- É, nesse mundo é muito pouco pedir para ser amado. É difícil para você, Dosemira, aceitar que pode ser amada sem nenhuma outra face? Apenas por estar comigo e por alentar meu caminho com seus cuidados?
Mas ora que merda!
Marieta em Brasília
Marieta era colorida de sol e foi visitar Brasilía. Lá conheceu uma ponte de concreto que soltava riscos no céu com seus fios de aço.
Ensimesmada, Marieta lembrava-se do mar, da fala forte de sua gente e do ventinho do litoral. Consigo, seu rosto dizia lembrançoso.
- Prefiro o gosto da tapioca.
Ensimesmada, Marieta lembrava-se do mar, da fala forte de sua gente e do ventinho do litoral. Consigo, seu rosto dizia lembrançoso.
- Prefiro o gosto da tapioca.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Te Vejo
Seus olhos e ouvidos em branco
Campo e cabeça cheios apenas de si mesmo
Gostaria que, antes de mais nada,
Antes mesmo da conversa se encaminhar para algum objeto objetivo
Que apenas nos olhássemos e disséssemos:
- Te Vejo.
- Estou aqui.
Para termos pés no chão e na alma
Mãos unidas, sem solidão.
Campo e cabeça cheios apenas de si mesmo
Gostaria que, antes de mais nada,
Antes mesmo da conversa se encaminhar para algum objeto objetivo
Que apenas nos olhássemos e disséssemos:
- Te Vejo.
- Estou aqui.
Para termos pés no chão e na alma
Mãos unidas, sem solidão.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Such Great Heights
"They will see us waving from such great
Heights, 'come down now,' they'll say
But everything looks perfect from far away,
'come down now,' but we'll stay..."
Heights, 'come down now,' they'll say
But everything looks perfect from far away,
'come down now,' but we'll stay..."
A Carta-alfinete de Augustina para Romualdo
Romualdo, seu babaca.
Eu sempre soube seu nome, até mesmo antes de precisar sabê-lo. Sempre reconheci sua presença e nunca hesitei em levantar meus olhos para encontrar os seus. Você, pagando de misterioso, de soberbo, achava que se fazia mais amado quando banhado em orgulho. Eu não, Romualdo! Eu te amava por amar mesmo, te amava mesmo sabendo que, para muito além de seu covarde mistério, havia apenas um babaca.
Quer saber quando me enchi para sempre? Quando você pisou no meu pé e eu gritei no meio da rua:
AAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII! - Pois que a pisada me doeu bastante!
Você então, profundamente envergonhado, disse-me que eu estava louca por gritar assim de dor na frente de outras pessoas, inclusive da sua. E, para não admitir sua vergonha em ter me machucado, seu ego ferido de misterioso violado em sua imperfeição, você preferiu me deixar sozinha na calçada, alegando revolta contra a minha reação.
A babaquice então chegou a um ponto... Você preferiu culpar-me por deixá-lo saber de minha dor do que reconhecer sua falta. Pois, é claro, seria pedir demais que saísse de seu castelo de cristal e se unisse a mim, a mim que sou humana?
Então, Romualdo, seu grande babaca, fique sabendo que grito sim os meus reclames! Não quero viver perto de alguém que apaga a luz de sua própria consciência em troca de uma maturidade, no mínimo, infantil.
Envio-lhe então esta carta-alfinete, que é pra te espetar todinho - pra você nunca mais pisar em alguém com o intuito de evitar sentir-se pisado. Mistério é pra quem gosta de jogar, mas eu sempre joguei sério contigo e não admito as babaquices que vêm das portas fechadas de um misterioso sem sinceridade!
Adeus!
Augustina
Eu sempre soube seu nome, até mesmo antes de precisar sabê-lo. Sempre reconheci sua presença e nunca hesitei em levantar meus olhos para encontrar os seus. Você, pagando de misterioso, de soberbo, achava que se fazia mais amado quando banhado em orgulho. Eu não, Romualdo! Eu te amava por amar mesmo, te amava mesmo sabendo que, para muito além de seu covarde mistério, havia apenas um babaca.
Quer saber quando me enchi para sempre? Quando você pisou no meu pé e eu gritei no meio da rua:
AAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII! - Pois que a pisada me doeu bastante!
Você então, profundamente envergonhado, disse-me que eu estava louca por gritar assim de dor na frente de outras pessoas, inclusive da sua. E, para não admitir sua vergonha em ter me machucado, seu ego ferido de misterioso violado em sua imperfeição, você preferiu me deixar sozinha na calçada, alegando revolta contra a minha reação.
A babaquice então chegou a um ponto... Você preferiu culpar-me por deixá-lo saber de minha dor do que reconhecer sua falta. Pois, é claro, seria pedir demais que saísse de seu castelo de cristal e se unisse a mim, a mim que sou humana?
Então, Romualdo, seu grande babaca, fique sabendo que grito sim os meus reclames! Não quero viver perto de alguém que apaga a luz de sua própria consciência em troca de uma maturidade, no mínimo, infantil.
Envio-lhe então esta carta-alfinete, que é pra te espetar todinho - pra você nunca mais pisar em alguém com o intuito de evitar sentir-se pisado. Mistério é pra quem gosta de jogar, mas eu sempre joguei sério contigo e não admito as babaquices que vêm das portas fechadas de um misterioso sem sinceridade!
Adeus!
Augustina
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
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