"Não se pode falar do deserto como de uma paisagem, pois ele é, apesar de sua variedade, ausência de paisagem.
Essa ausência concede a ele sua realidade.
Não se pode falar do deserto como de um lugar; pois ele é, também, um não lugar; o não-lugar de um lugar ou o lugar de um não-lugar.
Não se pode pretender que o deserto seja uma distância, porque ele é, ao mesmo tempo, real distância e não-distância absoluta por causa de sua ausência de marcas. Ele tem, como limites, os quatro horizontes, sendo o que os liga e os separa. Ele é sua própria separação onde ele se torna lugar aberto; abertura do lugar.
Não se pode pretender que o deserto seja o vazio, o nada. Não se pode, tampouco, pretender que ele seja o término, uma vez que ele é, igualmente, o começo."
Edmond Jabès
(tradução: Caio Meira)
terça-feira, 13 de abril de 2010
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Um comentário:
Olá Maria Carolina, tudo bem? Por enquanto eu não sei de vagas, mas o site www.gife.org.br é uma boa dica. No link oportunidades sempre surgem vagas bacanas do terceiro setor. A ONG Aprendiz parece que andou recrutando educomunicadores. Se eu souber de alguma coisa eu lhe aviso. Grande abraço.Maria Rehder
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