sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Friends - Emily Dickinson
I'll let my head be just in sight;
A smile as small as mine might be
Precisely their necessity.
Emily Dickinson
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
a lembrança e a verdade
retrocede o que o tempo passou
Há o que se esquece
Há o que não se esquece jamais
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Come Here - Kath Bloom
come here. come here.
no i'm not impossible to touch, i have never wanted you so much.
come here. come here.
have i never lay down by your side? baby, let's forget about this pride.
come here. come here.
well, i'm in no hurry. you don't have to run away this time.
i know that you're timid, but it's gonna be all right this time.
assunção
os dias de passarinhada voam alto e voam longe
caibo, recaibo, transcaibo em lugar nenhum
aqui fora
aqui dentro
em cima do fio, de onde canto para as àrvores
dentro do ninho, onde estou confortável com minhas penas
se eu pudesse diria
faria, prometeria
casas feitas de pensamento, tijolos blocos de sol
mas tudo que tenho são as mãos
e o pensamento
e a revoada
a difícil hora de escolher entre ser eu mesma
e ser quem quer que seja
a difícil de assumir meu nome
que nunca, nem de longe, me alcançou
a difícil hora de perceber que eu, sempre eu
posso me abandonar pela vida inteira
se não levar a sério
o brilho dos meus próprios olhos
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
labirinto
Eu deveria ter sido aceita no furo da espingarda. E ser a bala fatal. E vencer o labirinto como uma esperta, uma burladora de cansaços, uma heroína dos desalentados e desatendidos. E matar o labirinto antes de ser matada por ele. A estrela agora se finaliza com seu cobertor de chumbo, tossindo resquícios de uma promessa de amor que se foi. Ela brilha molemente, me dizendo: teve uma hora em que parei de achar que vale uma pena.
E me perdi sem estrela, já nem lembro mais dela, me perdi pra sempre.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
O cheiro da canela
Ciça está desperta e recebe as graças do mundo.
domingo, 22 de novembro de 2009
mulherzinha porcaria
Eu te olhei com espanto:
Aquele teu corpo magro, amarelo-castanho
Que mal se aconchegava na frouxisse das roupas
Os cabelos espantados em choque elétrico, como arames farpados
A testa recôndita, rachada de sol
Eu bem sabia que teus dentes eram sorrisos de mentira
Você certamente era banguela.
Procurei a mulher bonita.
Mas, teu cabelo cor de tinta esgarçada
Tua voz dura e valente nordestina
O som estridente da sua risada paquidérmica
Que ria nem sei do quê
Ixe, que agonia!
No entanto, eu e você, mesma gente.
Mesmo aqueles cambitos masculinos por debaixo da tua saia de chita
E, me culpando pelos cambitos
Te dei vinte e cinco centavos
E envergonhada dos meus dentes sadios
Eu tentei permanecer sã em nossa relação
Permanecer justa e consciente da situação
Sentir-me culpada, chorar sua desgraça seria uma forma de não sentir-me um monstro
De mostrar sensibilidade
Porcaria:
Monstro ela
Monstro eu
Presas às nossas diferenças
À vítima e o ladrão
Saia da minha porta, coisa feia!
Suma para dentro do caixão.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
The Road Not Taken - Robert Frost
E lamentando não poder seguir em ambas vias
E sendo o único viajante, durante muito tempo me lembro
olhei para uma tão longe quanto eu conseguia
até onde ela dobrava na descida e sumia
Então peguei a outra, parecia boa e vasta
e fosse talvez a mais atraente
pois estava coberta de grama precisando ser gasta
embora aqueles que passaram na frente
tivessem gastado ambas quase igualmente
E ambas que aquela manhã igualmente fez
cobertas por folhas, pegada alguma a manchar
Oh, deixei a primeira para outra vez!
Mesmo sabendo como um caminho leva a caminhar
duvidei se iria algum dia voltar
Devo estar contando isso com a alma cortada
Em algum lugar, há uma distância de tempo imensa:
divergiam em um bosque duas estradas
e eu escolhi a menos viajada
e esta escolha fez toda a diferença."
terça-feira, 17 de novembro de 2009
olhando o mar
Pois, por hora, me esqueci
Rebobinada com os olhos assim
quentes, agulhões d'água
E é só neles que penso agora
Meu corpo a zumbizar dementemente
E eu fecho os olhos porque nessas horas
eles querem sempre estar lavados
recebendo ao menos um pingo
de uma diluviada inteira
e seguro o olhos com força
até o negrume esverdear
- O que tenho para fazer?
E já me esqueci de novo
Eu não devia ter vindo ao trabalho hoje
Eu não devia sequer ter acordado
Hoje eu não tô podendo sair de mim
Meus olhos assim
sabinados
salgados
maremolentes
não sei nem o que estou fazendo aqui
com um mar inteiro batendo nas minhas portas
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
elefante
Com sua gentileza de gigante
P'reu abraçar agora
Um elefante muito grande
Quentinho e aconchegante
Com seu olhar doce de velhinho
Só um elefante acolheria grande o bastante
os desencontros do meu coração
as ausências nos meus braços
domingo, 15 de novembro de 2009
A libertação dos cavalos
[PAUSA] Preciso dizer um segredo:
Desamarrei as cordas dos meus desejos!
Como seria agora a facínora de me negar?
De me impedir?
[PAUSA]
Ficaram com medo do que será de mim
E me dizem:
Pé na frente e o outro atrás
Não seja assim tão cega de coragem
Como um touro, eu respondo:
Não afoguem minha luz
Nem me confundam com talismãs de falsa segurança
Engolir o ímpeto depois descobri-lo
É quase tão difícil quanto aceitar a morte
É quase tão morrente quanto a própria morte
E o que sobra é quase a vida
Bastarda, irreconhecível
Como um animal abandonado pelo seu bando.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Onde ir - Vanessa da Mata
"Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou
Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem (não vem)
Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou
Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo
Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem
Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim
Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz."
terça-feira, 10 de novembro de 2009
mulher fenomenal
Super-mulher blindada, super-segura
Super-não tropeça nem se escora
Super-ninguém me vê chorar
Super-profissional de ser si mesma
Eu me garanto!
E, voando comigo
Voando neste ser-além
Deslizo entre as casas, jardins, edifícios, montanhas...
E ninguém me pega
Pairando airosa
Arenosa
Acima do leque, acima do véu
Meu rosto aberto, sacro
Nuvens firmes no olhar
E mais nenhuma palavra a dar
eu já disse tudo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
a vida e eu
domingo, 8 de novembro de 2009
produção avionária
Penso nas galinhas dentro das sujimundas caixas
"São apenas animais!", painho me disse
Mas as pobres galinhas...
Viajando de 8a classe para o triste abatedouro
Mirradas,sofrentes
Os olhares pobrezinhos
Animal de nada sofre?
Ele de nada se vinga
Inocente
Ele de nada se vinga.
Mundo mundo
O mundo mundo sempre será
Meus pés seguem como poeira de vento
E a ínfima morte de um, e a ínfima morte de qualquer um
Nada mudará
Nem pro peixe
Nem pra terra
Nem pro sol
Nem pro mar
O mundo foi e é mundo
Antes mesmo de tudo que foi concebido como tudo
Quantos idiotas como eu não percebem o óbvio:
A Terra não precisa de mim
Eu é que preciso dela
Estrelas
Quimeras de sol
Centauro, centopéia, escorpião...
Ponto a ponto no escuro oceano do infinito
Um momento:
dois
três
e ainda brilha
Quase brilha para sempre
As estrelas
A cabeça da gente
tudo podemos encontrar
Com esses olhos que a luz nos dá
Tudo tudo tudo podemos encontrar
Olhos Lavados
Neles fechamos o livro. Neles não há mais palavra nem dúvida nem dívida.
Olhe-me com olhos lavados e creia, e desperte para o próprio olhar, e se vá.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
The Beatles - Accross the Universe
endless rain into a paper cup
They slither while they pass
They slip away across the universe
Pools of sorrow waves of joy
are drifting thorough my open mind
Possessing and caressing me
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Images of broken light which
dance before me like a million eyes
That call me on and on across the universe
Thoughts meander like a
restless wind inside a letter box
they tumble blindly as
they make their way across the universe
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Sounds of laughter shades of life
are ringing through my open ears
exciting and inviting me
Limitless undying love which
shines around me like a million suns
It calls me on and on across the universe
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Jai guru deva
Jai guru deva"
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Quien Fuera - Sílvio Rodríguez
En el umbral de tu misterio
Quien fuera ali baba
Quien fuera el mitico simbad
Quien fuera un poderoso sortilegio
Quien fuera encantador.
Estoy buscando una escafandra
Al pie del mar de los delirios
Quien fuera jackes coustou
Quien fuera nemo el capitan
Quien fuera el batiscafo de tu abismo
Quien fuera explorador.
Corazon, corazon obscuro
Corazon, corazon con muros
Corazon que se esconde
Corazon que esta donde corazon
Corazon en fuga, herido de dudas de amor
Estoy buscando melodias
Para tener como llamarte
Quien fuera ruiseñor
Quien fuera lennon y mcartney,
Sindo garay, violeta, chico buarque,
Quien fuera tu trovador.
Corazon, corazon obscuro
Corazon,corazon con muros
Corazon que esconde
Corazon que esta donde el corazon
Corazon en fuga, herido de dudas de amor (corazon).
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Animal - Miike Snow
"There was a time when my world was filled with darkness, darkness, darkness
And I stopped dreaming now
I'm supposed to fill it up with something, something , something
In your eyes I see the eyes of somebody i knew before long long long ago
But I'm still trying to make my mind up
Am I free or am I tied up?
I change shapes just to hide in this place but I'm still, I'm still an animal
Nobody knows it but me when i slip yeah i slip
I'm still an animal
There is a hole and i tried to fill up with money, money , money
But it gets bigger to your hopes is always
Running,running,running
In your eyes I see the eyes of somebody of who could be strong
Tell me if I'm wrong
And now I'm pulling your disguise up
Or you free or are you tied up?"
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Mariana Caronte Mariana
Eu preciso ser tantas coisas que não me sobra tempo para ser eu mesma. Agora, agora mesmo, o ruído da vida que me construí me atrapalha e eu não consigo... Mais frustrante do que não encontrar é não alcançar. É apenas e tão somente apenas pensar que eu não me cobrarei todos as pulsações de meus olhos e mãos um dia. E eu temo este dia, temo como sentirei vergonha e minha vida desperdiçada.
Eu me achei, eu me acho dentro de mim mesma. Mas eu não tenho lugar para mim fora de mim. Não tenho lugar para ser em lugar objetivo. De que vale a vida a se suportar? Esse vazio, esse vazio se sustenta no meu próprio sustentar.
Agora esqueço tudo, digo tudo de uma vez, digo mais uma vez e pulo da hora e perco obrigações. Por cinco minutos, cinco gloriosos e ínfimos minutos. Eu não posso jogar nada para o alto, pois aqui em baixo nada construí. Talvez um dia me obrigue a ser certa, me obrigue a ser a seta que há, tão certa, dentro de mim. Me obrigue como quem se obriga a respirar.
Me pergunto até quando este corpo agüenta, este corpo agüenta ser apenas corpo, ser apenas imagem, apenas, apenas e sempre a penas."
quarta-feira, 17 de junho de 2009
sei não sei
preferiria pensar melhor sobre isso
sobre o que gosto não gosto
sobre o que quero não quero
mas chega um tempo
sim, o tempo chega
e é isto
nem para cima nem adiante
nem pra lugar nenhum além do nada
é isto e é exatamente isto
não quero pensar se seria seria
o que estou fazendo da minha vida
faço dela o que ela faz de mim
e está tudo bem
tudo tudo bem
o dia num instante se acaba
a alma, cansada de tantos rodopios, diz amém.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Velejador
vou viver como um velejador
E na direção em que minha vida estiver
eu vou
e vou
e vou
terça-feira, 26 de maio de 2009
Na minha bicicleta
Na minha bicicleta, o asfalto vai correndo rápido e eu penso que vou alçar vôo, que minha bicicleta vai rodar na velocidade de rapina dos meus pensamentos. Mas, quando dou por mim, a bicicleta já chegou em casa. Acendo as luzes, me acolho em minha vida e esqueço de achar graça no vento frio das vidas que não existem.
Todos os dias
Entenda uma coisa: gente a gente sempre é.
sábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
quinta-feira, 14 de maio de 2009
trancas
Antes, foram os aeroportos
Depois, os portões
Depois, as portas
Agora, os armários
Tudo começou
Quando você comeu meu chocolate
E eu peguei seu protetor solar
Mas nós não admitimos nada
Pois nossa coragem
Só nos permitiu fazer-nos acusações
Pois não se pode mais confiar em ninguém
E não se pode confiar a ninguém
Nem mesmo os erros, nem mesmo os acertos
Nem mesmo o que se sente.
Daqui a pouco, fecharemos as bocas
Para que também não nos roubem
A mente.
Los Extranjeros
Cabelos bonitos
Peles bem cuidadas
Tênis Adidas e óculos dolce & gabanna
Sâo sorridentes
Querem fazer trabalhos sociais
Alguns por quatro semanas
outros, mais
A comunidade fica encantada
Meus olhos brilham com o gringo na minha frente
Os olhos azuis
A pele tão clara...
Eu poderia fisgar um deles...
Um deles bem que poderia me fisgar...
Faríamos trabalhos sociais por uma semana
Depois, eu iria dar aula de capeira e rebolado
Lá na Americá
terça-feira, 12 de maio de 2009
Kbits, KBytes...
O computador da culpa e do perdão, eu me dizia
Um computador com 120 de HD e 2 de memória
Ele me deu este presente, mas eu não entendia
Quanto valia o meu perdão
Quanto valia sua culpa
quinta-feira, 7 de maio de 2009
trecho do livro Mariana, Caronte, Mariana
Tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-tric-trac-Tric
Respiro. Que medo é esse que eu sentia subir pelos meus pés e tomar meu corpo inteiro? Por que tanto medo de fracassar? Porque não simplesmente deixar? E que mal há nisso? E de que fracasso estou falando? Não ser a mas bonita? A mais inteligente? Perder-me em frangalhos é errado?
Tanta gente com o trabalho errado, com a vida errada. Tanta gente que, como eu, não serve para este mundo. Talvez seja esse mundo que não sirva para nós...
palavras
As minhas palavras casam com os teus pensamentos
Com as tuas palavras sobre as minhas
E lá vai tua cabeça, ocupando a minha
E lá vai minha cabeça, ocupando a tua
E nós nunca sabemos quantas estrelas tocamos
Nunca sabemos...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
carteira assinada
Portanto, esqueça a identidade. O negócio agora é a CARTEIRA ASSINADA. Assinadinha, bonitinha, com carimbo e tudo.
E a sua cara lambida de 18 anos, esperando que o tempo passe.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
El tiempo me ha dicho - Nick Drake
Eres un extraño hallazgo
Una conflictiva cura
Para una mente agitada
Y el tiempo me ha dicho
Que no pregunte por más
Algún día nuestro océano
Encontrará su orilla
Así que dejaré las costumbres que me hacen ser
Lo que en realidad no quiero ser
Dejaré las costumbres que me hacen amar
Lo que en realidad no quiero amar
El tiempo me ha dicho
Llegaste con el amanecer
Un alma sin huellas
Una rosa sin espinas
Tus lágrimas me dicen
Que no hay realmente ningún modo
De acabar con tus problemas
Con cosas que puedas decir
Y el tiempo te dirá
Que te quedes a mi lado
Para seguir intentándolo
Hasta que no quede nada que esconder
Así que deja las costumbres que te hacen ser
Lo que en realidad no quieres ser
Deja las costumbres que te hacen amar
Lo que en realidad no quieres amar
El tiempo me ha dicho
Eres un extraño hallazgo
Una conflictiva cura
Para una mente agitada
Y el tiempo me ha dicho
Que no pregunte por más
Algún día nuestro océano
Encontrará su orilla"
domingo, 26 de abril de 2009
somos
Esperava por um telefonema, mas não tinha o que falar
Não tinha nada o que falar sobre ele
Ela então telefonou e
Ele, irritado, lhe disse:
Não tenho muito o que falar
Quer saber do meu trabalho?
Tornei-me o que não sou, isso é possível?
Ela replicou:
Você perdeu as horas
Perdeu...
Perdeu as suas horas
Ele lamentava:
Eu sou olheiras
Eu sou o chefe
Eu estou cansado...
Eu não sei mais quem ser quando chego em casa
Me diga, me diga a verdade. Você ainda me reconhece?
Ela, embaralhada
Te vejo só à distância
Em minhas lembranças.
Eu não sei onde fomos parar
Às vezes, nos imagino conversando
E estamos livres, e somos livres
E continuamos sendo...
Mas me parece que agora fingimos não saber
Fingimos não saber de nada.
Demos nossos pescoços à prêmio
E o tempo nos deu o nó da gravata.
Lullaby - 2006
Foi você quem me revelou
Que a verdade não é canção pra se dormir
Mas eu não vou cantar pra você
O quanto você é chato
E o quanto tem estado calado
Porque eu entendo muito, muito pouco
Do que se faz pra dormir
Talvez eu cante:
A vida é
Pouco importa
Eu já estás aqui.
É meu amigo?
Mas...
É.
Na vida.
Porque eu quis gritar com você
Eu quis...
E meia hora depois
O presente era outro
Ento, escuta eu cantar baixinho
Depois que você acordar
Naquela janela que me faz bonita
Que tudo é saudade
Você não aprende essa canção que eu inventei
Porque acha que, se algo deve ser apreendido
quem deve aprender sou eu
Isso eu aprendi
Você não diz nada
E deve dizer muita coisa
Eu que não escuto
Pois só escuto o que eu digo do que você me diz (fato, fato...)
Foi se o tempo ontem
Foi-se a hora
Que esperei chegar resposta
Do que nunca chegou
Você já viu?
É que
Pois é...
Não morre
Você já é
E não morre
Tanto que é
Eu quis gritar com você
Tanto que é
É só saudade
Do que achei que te dizia
E que hoje não posso mais dizer
Cara lavada
Não tem coragem de dizer mais nada
A minha cara lavada
Preferiu
A minha cara lavada
sábado, 25 de abril de 2009
O presente
Ou falar sobre os dragões de Caio Fernando Abreu
Poderia gravar músicas do Roberto Carlos
Ou lhe dar estrelas dentro de um caleidoscópio
Eu poderia lhe dar um jarrinho de plantas bonitas
Ou um trancelim descolado
Mas pra você não
Pra você nada entende o que eu falo
Eu poderia lhe dar um livro que eu nunca li
Ou um livro que já li e gostei
Poderia lhe dar uma camiseta bonita
Ou uma luminária japonesa
Poderia lhe mandar um peixe no aquário
Ou duas escovas de dente amarradas
Mas você não
Pra você nada entende o que eu falo
Eu não sei o que lhe dar
Talvez um beagle azul
Um faquir
Um parque de diversões
Mas pra você, talvez um barco
Talvez um vaga-lume
Um sorvete de flocos
Ás vezes dou presentes
Que tentam demonstrar o que uma pessoa me representa
Mas pra você não tenho palavras nem objetos
Queria lhe dar um arco-íris inteiro
Queria lhe dar um arquipélago.
Tudo é tão novo em meu coração
E tão distinto do que já conheci
Que eu fico em confusão inteira
Sem entender mais nada
Fico só pensando, sem saber das horas
O que eu poderia lhe dar em seu aniversário
Que fosse deveras fiel ao meu sentimento
Que é o que de mais precioso tenho.
Penso em uma estrela-do-mar
Penso depois no vento...
Nina cantou...
All the birds are leaving
But how can they know
It's time for them to go?
Before the winter fire
I will still be dreaming
I do not count the time
For who knows where the time goes?
Who knows where the time goes?
Sad deserted shore
your fickle friends are leaving
Ah, then you know
It's time for them to go
But I will still be here
I have no thought of leaving
You know I have no thought of time
For who knows where the time goes?
Who knows where the time goes?
And I am not alone
While my love is near me
I know it will be so
Until it's time to go
So come the storms of winter
And then the birds in spring again
I do not fear the time
For who knows where the time goes?
Who knows where the time goes?"
Caronte
Mas seria bom
Para o ego, para a língua, para o dia seguinte...
Não queria muito
Não seria nada
Para a alma, para a solidão, para o dia seguinte...
E assim
Houve um breve espaço em que eu me perguntava
Se sim
Se não
Baixei os olhos e olhei para a mesa
Foi o bastante
Quando voltei a vista para o seu lado
Você já estava conversando com outra pessoa
Pegava na mão, alisava o cabelo...
Do mesmo jeito que, cinco minutos antes, havia feito comigo
Eu gostaria de ser como você.
isso
Não estou gostando disso
Não estou!
Não estou gostando disso
Não estou gostando de nada do que estou escrevendo
Isso aí não sou eu
Deixa eu
Deixa eu falar, caralho
!
Para uma amizade antiga
A tua ausência não me incomodaria
Se eu soubesse haver uma outra Mariana
Para esta outra Bárbara que agora se apresenta a mim
Mas eu estou aqui ainda...
Esperando você no mesmo lugar.
a menina
Como sempre sempre foi
Eu ainda criança lhe tocava o rosto
Que se aproximava de meus olhos adormecidos
Tão minha era essa alegria
Tão pequena e honesta em meu coração de criança
Que mal eu sabia
Que esse encanto duraria
Para o resto da minha vida
Pink moon - nick drake
Pink moon is on its way
And none of you stand so tall
Pink moon gonna get you all
Its a pink moon
Its a pink, pink, pink, pink, pink moon."