sábado, 16 de janeiro de 2010

Sonhos multinacionais

Dosemira lhe disse:

- Trabalho em uma empresa MULTINACIONAL, tenho carro, apartamento e uma vida inteira pela frente. Você já pensou nisso? Realmente, sou um ótimo partido.

Ao que Duílio lhe respondeu:

- É, se alguém fosse casar com seu crachá, ou com seu futuro glorioso, ou com um formulário de apresentação. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além. Qualquer um que te quisesse pelas razões que acabou de me dar estaria sendo preenchido por qualquer coisa, menos por você, Dosemira.

Caminhando na praça, Duílio lhe perguntou:

- Está fazendo planos na sua carreira? Quer ser a diretora dessa MULTINACIONAL?

- Se você quiser que eu seja, Duílio, eu serei.

- Dosemira. Nunca algo significou tão pouco para mim quanto isso. Nunca quis luxo nem quis ter alguém que me desse luxo. Sou feliz que você me quer bem; sou feliz que te tenho para muito além.

Certo dia encontraram uma namoradinha de infância de Duílio. Muito rica, a menina já tinha 280 carros importados. Insegura, Dosemira pergunta a Duílio.

- Não vai me trocar por ela? Eu ainda só tenho um carro... Será que pode esperar?

- Já chega! Isso para mim já uma ofensa a mim mesmo e a você, que se negligencia por tão pouco! Eu vou casar com você, entendeu? Não vou casar com seu carro, sua empresa ou seu posto de trabalho!

- Como se isso não existisse nesse mundo... - Ela retrucou-

- É, nesse mundo é muito pouco pedir para ser amado. É difícil para você, Dosemira, aceitar que pode ser amada sem nenhuma outra face? Apenas por estar comigo e por alentar meu caminho com seus cuidados?

Mas ora que merda!

Nenhum comentário: