quinta-feira, 26 de novembro de 2009

labirinto

Eu deveria ter sido aceita no furo da espingarda. E ser a bala fatal. Agora é de chumbo essa cor violeta de um sonho que se excedeu. (Todo sonho é cor de estrela e, se parece de chumbo, é porque morreu) Não foram quatro paredes que me prenderam, foi um labirinto de caminhos descaminhados, descaminhos que me fizeram perder onde tudo começou e onde tudo ia se finalizar. Todo labirinto tem uma saída, mas consome tanto a vida, que ela se despedaça do que era e do que iria ser entre começo-meio-e-fim.

Eu deveria ter sido aceita no furo da espingarda. E ser a bala fatal. E vencer o labirinto como uma esperta, uma burladora de cansaços, uma heroína dos desalentados e desatendidos. E matar o labirinto antes de ser matada por ele. A estrela agora se finaliza com seu cobertor de chumbo, tossindo resquícios de uma promessa de amor que se foi. Ela brilha molemente, me dizendo: teve uma hora em que parei de achar que vale uma pena.

E me perdi sem estrela, já nem lembro mais dela, me perdi pra sempre.

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